Cuba deu início a luta por Independência em outubro de 1868, quando o advogado e proprietário de terras, Carlos Manuel de Céspedes fez uma declaração formal contra a dominação da metrópole espanhola.
Este episódio conhecido como "Grito de Yara" marcou a eclosão da Primeira Guerra de independência do país, a guerra de "Dez anos" (1868 -1878) sob a liderança do próprio Carlos Manuel de Céspedes, Antônio Maceo, Máximo Gomez e Calixto Garcia.
A guerra dos Dez Anos, para além de uma guerra civil entre os que defendiam a independência ou a permanência como colônia, foi também uma guerra que girou em torno da questão da abolição da escravidão.
A parte ocidental do país, majoritariamente branca e produtora de açúcar, era contra a abolição, e por ser racista, perdeu uma aliança decisiva da população negra para se tornar independente dos espanhóis.
Por isso, os exércitos independentistas, também conhecidos como Mambises, tomaram diversas cidades no oriente e no centro do país, mas não conseguiram se expandir para o ocidente.
Os mambises lutaram e resistiram por dez anos, mas com a repressão dos exércitos espanhóis, acabaram se rendendo em 1878, com assinatura do Pacto de Zanjón , que em troca da deposição de armas rebeldes, os espanhóis os anistiaram, libertaram os escravos que lutaram pela independência, e prometeram reformas políticas. Era o fim da guerra dos Dez Anos, mas a colonização e a escravidão permaneceram intactas.
Inconformados com o desfecho da guerra, Antonio Maceo e Calixto Garcia investiram seus esforços numa segunda guerra de independência - A Guerra Chiquita.
Esta segunda tentativa, teve início em agosto de 1879 e foi derrubada em agosto de 1880 em função do desgaste dos rebeldes, da falta de recursos, inclusive de armas, e sobretudo em função da abolição da escravidão não ter sido acolhida.
A reação espanhola, aproveitando-se da divergência existente na sociedade sobre a questão da abolição, tratou de inserir o medo do "haitianismo", que se tratava do medo das elites brancas da luta por abolição vir junto da luta por Independência, do modo como aconteceu no Haiti, o que levou ao enfraquecimento cada vez maior na luta por independência em Cuba.
Já a terceira guerra de independência foi organizada com os diferentes projetos políticos em disputa. Com início em 1895, sob a liderança de José Martí, que saiu de Nova York ao encontro de Máximo Gomes em São Domingos, assinaram o Manifesto de Montes Christi em 25 de março de 1895, e embarcaram rumo à parte oriental de Cuba.
No entanto, José Martí foi morto apenas seis meses após o desembarque na província de Guantánamo numa emboscada espanhola em 19 de maio de 1895.
Neste ano de 1895 havia três diferentes projetos políticos em disputa em Cuba: os autonomistas, eram a minoria e defendiam a manutenção dos laços com Espanha; já os anexionistas defendiam anexação aos Estados Unidos, e um terceiro grupo inspirado pelos ideais de José Martí, defendiam a soberania do povo cubano e alertavam sobre as pretensões imperialistas dos Estados Unidos.
A guerra pela independência foi se espalhando pela província do oriente e avançou em direção ao centro da Ilha. Enfrentaram os espanhóis em sangrentas batalhas, invadiram grandes propriedades e queimaram plantações, sobretudo as de cana-de-açúcar. Assim tomaram Camaguey, Sancti Spíritus, Santa Clara Trindad quando conseguiram adentrar no lado ocidental da Ilha.
Em fevereiro de 1898, quando a guerra já estava praticamente vencida, um encouraçado estadunidense, ancorado no Porto de Havana, o Maine, explodiu e matou cerca de 250 marinheiros. O governo dos Estados Unidos acusou os espanhóis de terem provocado a explosão e após um mês, o congresso do país com apoio do presidente William Mc Kinley aprovou formalmente a guerra contra os espanhóis pelo direito de Cuba ser livre e independente exigindo que Espanha renunciasse poder sobre Cuba, aprovando a "Emenda Teller" que tratava de uma conquista dos exilados contra anexação de Cuba pelos Estados Unidos.
Acreditava-se que a Emenda Teller foi um meio de justificativa de entrada dos Estados Unidos no conflito para pôr em prática a pretensão imperialista.
Os cubanos que vinham lutando por três anos, com três insurreições seguidas, tiveram a vitória tirada das mãos com a explosão.
O desfecho se deu com a assinatura do Tratado de Paris em dezembro de 1898, quando representantes dos Estados Unidos e da Espanha se reuniram na cidade francesa sem representação cubana, e estabeleceram as cláusulas da rendição espanhola. Com este tratado, definiram que Cuba e também Filipinas, Porto Rico e Ilha de Guam seriam entregues aos Estados Unidos.
Com isso, a ocupação militar dos Estados Unidos teve início em 1899 que manteve vigente a legislação colonial espanhola, além de acordos políticos e econômicos com as elites açucareiras. Os Estados Unidos se comprometeram a não exercer controle sobre Cuba, mas em 1900 trataram de fazer acordo com as elites locais nas primeiras eleições e estabeleceram que os votantes seriam homens maiores de 20 anos e proprietários de mínimo 250 dólares, deixando os cubanos dependentes e empobrecidos.