terça-feira, 22 de março de 2011

Projeto Aula – Passeio - 2011:Um estudo sobre o Império no Brasil no Largo do Paço – Espaço de poder e resistência no século XVIII e XIX

Projeto  Aula – Passeio - 2011

Por Fabíola Camargo:



Um estudo sobre o Império no Brasil no Largo do Paço – Espaço de poder e resistência no século XVIII e XIX



Objetivos:

Compreender e explicar as relações de poder, as culturas diversificadas e de classe nos séculos XVIII e XIX em seus diversos contextos desde 1808 a Proclamação da República

Contextualizar o Brasil no cenário internacional e na chamada “Era dos impérios”, ressaltando sua importância e dos demais colonizados na organização dos impérios.

Estudar sobre cotidiano e culturas dos homens e mulheres livres, negros escravizados, libertos e livres durante todo o século XVIII, os conflitos, as possíveis negociações, enfatizando as formas de resistência, as culturas diversificadas, de classe ou “desclassificadas” de acordo com o pensamento neste período.

Pressupostos:

Esta aula deverá ser dada até o fim do 2º bimestre, seguindo a organização do programa. Esta necessidade se justifica por abranger o estudo em imagem, lembranças e imaginação, que servirá para os estudos subseqüentes sobre o período e no despertar do interesse dos educandos sobre o assunto.

Justificativa:

Este projeto se justifica por abranger estudos sobre o centro do poder, imaginar o cotidiano, questionar o espaço, o tempo, as permanências e as mudanças neste período. Além disso, identificar os desdobramentos nos rumos do Brasil desde o período em questão. Os pressupostos reforçam a justificativa desta aula.

Metodologia:

A Aula-passeio se refere a uma metodologia escrita pelo educador Freinet no início do século XX , pós Segunda Guerra. Esta metodologia permite o educando adentrar o mundo real e imaginário, pensar sobre o estudo no lugar dos “acontecimentos” históricos, apreciando-os com mais interesse, olhar crítico, dando ênfase ao debate e ao prazer no processo de aprendizagem.

Além da metodologia de Freinet, utilizaremos a metodologia de Braudel, observando as transformações históricas no tempo, de acordo com seus pressupostos de curta, média e longa duração.

Roteiro:

O roteiro deve ser iniciado ao entrar no transporte. Daí, começaremos os estudos sobre a terra, as oligarquias, o poder, o meio ambiente, as histórias ou curiosidades das localidades no percurso até o Rio de Janeiro.

O transporte deve chegar às 9 horas da manhã no largo do Paço Imperial ( que não seja segunda-feira, pois neste dia, o Paço Imperial, primeira sede do governo imperial, só abre as 12 horas)

Ao chegar ao largo do Paço, entraremos no Paço Imperial, em seguida ficaremos no entorno do Palácio Tiradentes, da Igreja do Carmo, relacionando as diversas ordens à construção social, o convento do Carmo,onde a rainha ficou depois de enlouquecer, conheceremos a primeira igreja do Rio de Janeiro e ficaremos um bom tempo em torno da construção do Mestre Valentim, reconhecendo a paisagem e conhecendo às formas de resistência no entorno . Seguiremos aprendendo sobre a História da primeira Sede do Senado no Arco dos Teles, andando em direção ao corredor cultural. Passaremos pelo Espaço Cultural dos Correios, duas livrarias, a Casa França-Brasil, examinaremos alguns ateliês e terminaremos o passeio no CCBB.

Sairemos do CCBB, onde o motorista deve nos pegar, preferencialmente às 18 horas.

Enfoque e desdobramentos:

Este passeio deve servir ao estudo sobre a paisagem do poder e das formas de organização social neste período. Por isso, faremos um ensaio fotográfico, seguido de texto valendo nota para avaliação. Faremos um trabalho comparativo entre as diversas imagens do local no mesmo período a partir de imagens captadas dos livros didáticos e mostradas pela professora.

Esta Aula-passeio deverá se destinar principalmente às turmas de 8 º ano de História e 8 º e 9º anos de Turismo. Esta última disciplina deve se relacionar inclusive com a metodologia de História Comparativa na ocupação do litoral do Rio de Janeiro.

Bibliografia Consultada:

*FREINET, Célestin, As Técnicas Freinet da Escola Moderna. Lisboa Editorial Estampa Ltda, 1975.

* BRAUDEL, Fernand. A História da Civilização, 1995.

* OLIVEIRA JÚNIOR, Paulo Cavalcante de. Negócios de Trapaça: Caminhos e descaminhos na América portuguesa. São Paulo, USP, 2002.



*MATTOS, Ilmar R. O tempo Saquarema. HUCITEC, 1996.



*RIO, João do. A alma encantadora das ruas . Martins Fontes, 2002.

Projeto: "Os valores e o corpo"

"Os valores e o corpo: Trabalhando  expressão corporal"
Projeto apresentado à direção do CIEP 406  Ludevis Teixeira Bastos em  fevereiro de 2011  sob autoria da Professora  Fabíola Camargo.




Objetivos:

. Trabalhar movimentos do corpo expressando seus sentidos.

. Ressaltar o significado de cada movimento e expressão nas formas de manifestação artística.

. Integração com todas as disciplinas, transdisciplinarmente. Este espaço tem como objetivo maior, o encontro e o debate entre os professores, tanto na receptividade de idéias, quanto na construção e consecução de diversos projetos, propostas e /ou idéias.

. Relacionar a arte com a consciência corporal e com a consciência coletiva.

. Enfocar a expressão corporal quanto às suas origens, significados e importância, observando e reconstruindo-as nas diversas formas da cultura brasileira

Justificativa:

. Este trabalho se justifica em função de relacionar no ano de 2010, o Jongo enquanto uma expressão da cultura brasileira, que ganhou expressão no Brasil no período imperial e se relacionou com os conteúdos elencados em sala de aula referentes a disciplina de História nos

8 º anos e a sua importância na cultura brasileira nos dias atuais.

Outra justificativa se refere aos PCN´s. Os PCN’s priorizam o estudo transdisciplinar, passando pelo estudo da ética, dos valores, da cultura brasileira com as disciplinas constantes no Ensino Fundamental II.

Metodologia:

A metodologia se refere aos PCN’s, aos princípios do Teatro do Oprimido e de Paulo Freire. Além disso, outros metodologias devem ser incorporadas ao longo dos projetos relacionados com datas, temas e culminâncias transdisciplinares. Estas metodologias incluem o educando como partícipe e construtor no processo de ensino-aprendizagem na construção de valores a partir de seu próprio corpo e da interação do educando com os demais membros do grupo: Tanto na relação educando-educando, educando-educador , e com os demais membros da comunidade escolar.

Culminância:

As culminâncias se relacionam com apresentações das construções, dos processos de aprendizagem, dos resultados e durante o ano letivo de 2011, incluindo tanto as datas comemorativas tradicionais, as relacionadas com os projetos das diversas disciplinas, quanto as representações da escola nas diversas comunidades.

Pré condições:

Os educandos deverão fazer inscrições preenchendo fichas que constem autorização dos pais e o motivo da inscrição.

A disponibilidade de DVd´s, toca cd´s, instrumentos musicais, tais como de corda, sopro e tambores, além de colchonetes, roupas, materiais para construção de assessórios para as apresentações, são fundamentais para a boa apresentação dos educandos nas culminâncias e estímulo aos educadores e da comunidade escolar para a consecução do projeto.





Fabíola Camargo

domingo, 20 de março de 2011

Império no Brasil

A intenção deste texto foi sintetizar ao máximo as nossas primeiras semanas de aulas, quando demos início ao estudo do processo histórico de construção do Estado no Brasil. Vimos que esta construção foi possível a partir da Vinda da Família Real portuguesa para o Brasil.

No entanto, esta chegada não aconteceu num passe de mágica. Vimos em nossas aulas que o principal acontecimento no plano internacional que fez a família real fugir para o Brasil foi o Bloqueio Continental.

O Bloqueio Continental partiu das guerras de Napoleão Bonaparte. Ao golpear a Revolução Francesa, impediu que os países do continente europeu fizessem comércio com a Inglaterra, que também havia feito uma Revolução industrial. Havia uma competição capitalista mundial para domínio econômico e político de outros territórios.

Dessa forma, Napoleão tomou a decisão de invadir Portugal. Ao invadir Portugal, a família Real, então, fugiu para sua principal e mais rica colônia: o Brasil. No entanto, a família real fugiu protegida pela esquadra inglesa. Por isso, a Inglaterra passou a ter facilidades na exploração do território brasileiro, desta vez sob governo de um rei português em terras brasileiras.

Alguns historiadores apontam que este foi um momento em que o Brasil deixou de ser colônia. No entanto, se observarmos mais atentamente, a cobrança de tarifas sobre os produtos que saíam do Brasil foi diminuído em 15% para os ingleses, facilitando, a exportação de nossas matérias primas por um preço baixo e desvantajoso para o Brasil. Isso só foi possível porque foram os Reis portugueses que tomaram esta decisão no Brasil.

Outro acontecimento importante no que diz respeito à questão social neste momento é que houve um aumento significativo de negros escravizados. Isto aconteceu porque a família real, composta de 15 mil nobres que não trabalhavam, achavam que outros deveriam trabalhar para eles. Eles se consideravam superiores. Daí o tráfico de escravos aumentou, e o número de negros passando pelo centro da cidade cresceu. Por isso, os brancos, portugueses e grandes proprietários se assustaram. Era o medo que os negros tomassem a liberdade por suas próprias mãos.

Essa idéia não deixou de existir neste período, pois o Haiti havia feito em 1791, a maior Revolução negra da História. Os negros escravizados no Brasil, também queriam liberdade. Houve diversas rebeliões negras no Brasil. Os negros do Brasil queriam ter direito a liberdade de cantar, casar, de não serem torturados, enfim ter direitos como todos os outros e principalmente se tornarem livres do trabalho escravo.

No Brasil, além das rebeliões dos negros, alguns membros das classes dominantes também pensavam sobre esta questão. Vejamos como aconteceu:

Quando D. João VI voltou para Portugal, depois que as burguesias se reuniram por lá e escreveram uma constituição, decidindo que o rei D.João deveria voltar, respeitar a nova constituição feita pelas burguesias portuguesa e acabar com a independência do Brasil. As ordens deveriam ser dadas diretamente de Portugal, de acordo com os chamados “revolucionários do Porto”.

Por todas estas questões foram criados então dois partidos: o “Partido” Português e o “Partido” Brasileiro. Em função das rebeliões dos Negros, o partido português queria a recolonização do Brasil. Faziam parte deste partido, os comerciantes antigos, militares e funcionários públicos. Já o “Partido” Brasileiro torcia pela Independência. Alguns membros do “Partido” Brasileiro apoiavam inclusive a abolição. Alguns deles pensavam que poderiam aumentar os lucros se todos pudessem comprar, inclusive se concedessem liberdade aos negros, se os mesmos ganhassem a liberdade em troca de salários. A Inglaterra apoiava esta idéia, pois o comércio aumentaria e traria grandes lucros para a sua Indústria que produzia com capacidade para muitas vendas.

Por isso a idéia de liberdade para os negros não era a mesma dos ricos comerciantes. Nem mesmo a idéia de liberdade para os ingleses se tratava de uma liberdade parecida com a dos revolucionários franceses.Muito menos dos negros. Podemos perceber a partir deste texto e de nossas aulas, que cada classe social possui um ideal de liberdade: Umas justas, outras nem um pouco.
Fabíola Camargo.

Bibliografia consultada:

SCHIMIDT. Mario F.  " Nova História Crítica". Editora Nova Geração. 2005.
Mattos. Ilmar R.  O Tempo Saquarema. HUCITEC Editora,  5ª ed, 2005.