sexta-feira, 10 de junho de 2011

A Revolução Industrial e as lutas do proletariado

Com a Revolução Industrial, passou a se produzir mais  mercadorias e lucro paras as burguesias. A vida do Homem se transformou. O ritmo de trabalho foi absurdamente aumentado. O tempo passava mais rápido de repente. O modo de viver e de pensar também. O capitalismo triunfou. Isso aconteceu  porque as rodas de moinho, movidas pelo vento e as rodas d’água nem sempre funcionavam. Nem sempre ventava. Nem sempre o rio tinha força  e abundância. O Homem capitalista não queria depender da natureza,e sim dominá-la.Ou dependia da natureza local ou da energia do trabalhador para movimentar as máquinas.
 Com a invenção da máquina a vapor, esta passou a ser utilizada  em todos os lugares. Não dependia da força Humana tanto quanto antes. Daí se inicia a Revolução Industrial no século XVIII,  que se espalhou pela Europa até o século XIX.
Das condições que levaram a Primeira Revolução Industrial foi a acumulação primitiva de Capital. Isto significa que aprisionar os negros da África, levar para países como Brasil e levar  riquezas  para  a Europa – a colonização - Foi uma das formas desta acumulação acontecer. Foi assim com o ouro tirado das minas
(de Minas Ferais) e levado  para  as burguesias fabricarem grandes embarcações de comércio e pirataria,  acumulando riquezas para  investir em estudos e melhorar  as máquinas  para produzir mais mercadorias e com as mercadorias o lucro. Com a colonização, a Inglaterra acumulou e comercializou  por altos preços, o algodão, o açúcar e o tabaco  retirado de diversas partes do  mundo colonial das Américas.
 A exploração tem sido a marca o Sistema capitalista. Desde seu início foi assim: os camponeses, as mulheres e as crianças trabalhavam em  condições desumanas. Daí surgiu  o proletariado,uma nova classe social: Homens e mulheres que vendiam a sua força de trabalho para alimentar a sua prole.
Os salários baixos, jornada de trabalho de 16 a 18 horas sem férias. Fábricas imundas e barulhentas, patrões terríveis. As crianças muitas vezes acabavam mutiladas, pois dormiam nas máquinas. A medida dos industriais capitalistas foi manter uma sala com uma caixa d’água bem grande , onde as crianças eram mergulhadas  de cabeça para baixo quando  ficavam sonolentas.
 No pensamento do burguês, se as crianças trabalhassem, não se tornavam  malcriadas, vadias nem assaltantes. Mas perdiam a infância: Não  podiam brincar e não tinham direitos: alimentação,  educação, dignidade...
 Nos casebres em torno do esgoto e da fumaça industrial  era onde o proletariado morava. Começava a prostituição. Os capitalistas exploravam de dia os pais e a noite, exploravam as filhas. A  violência e a criminalidade cresceram.
O proletariado que  vive até os dias de hoje  em péssimas condições de vida e de trabalho, nem sempre deixou  de agir contra  aqueles  que, desde que fundaram o Capitalismo só reagiram contra o Homem e contra a Natureza, destruindo-os:  As burguesias.
Os camponeses que ficaram arruinados com o cercamento dos campos  e com  sua expulsão para as cidades, passaram a fazer panfletos  assinando “Capitão Swing”. Deixavam os bilhetes quando destruíam  máquinas agrícolas, praticavam caça ilegal nas terras dos latifundiários( grandes extensões de terras) e incendiavam os bens dos burgueses. Desses movimentos iniciais, criaram as primeiras greves e organizaram-se nos primeiros sindicatos.
Em 1830 surgiu o movimento cartista. Queriam o sufrágio Universal masculino ( direito de voto) e pela jornada de trabalho  de 10 horas.
 Em 1848, foi entregue “ A carta do Povo”, com milhões de assinaturas. Mas os deputados ordenaram  que a polícia intervisse.
O proletariado ocupou as ruas, ergueu barricadas e enfrentou  tropas do governo. Na França, foi a “Primavera dos Povos”.
O capitalismo teve sua primeira crise em 1845-46. A seca e as pragas  provocou às más colheitas... A destruição das batatas matou milhões de europeus. O proletariado foi quem mais sofreu: Comida escassa e cara. Muitas fábricas faliram. Os pobres tinham opinião, pois conheciam o que produziam. Mas não podiam falar. A natureza deu a resposta.
 Guizot, ministro  do Rei  Luis Felipe na França, proibiu manifestações. A oposição se uniu e fazia banquetes nas ruas com discussões sobre o governo.  As tropas foram ordenadas  a atirar sobre o povo.
 Numa outra manifestação, à noite, uma  multidão silenciosa carregou cadáveres até o cemitério. As barricadas foram montadas, e uma parte da Guarda Nacional  aderiu a Revolta. O Rei Luis Felipe renunciou. A República voltava.
 Esses foram alguns exemplos e  lições  do proletariado de todo o mundo. Diversas manifestações tornaram-se experiências de como conter a fúria das burguesias  por suas grandes somas de lucro sobre o trabalho árduo das maiorias.

A invenção da modernidade e a cultura popular: O caso da ciranda

A invenção da modernidade e a cultura popular: O caso da ciranda
Com o Iluminismo, os intelectuais da modernidade e o surgimento do proletariado enquanto uma nova classe social, deu espaço para a valorização das formas simples e o interesse pela poesia, contos e música popular. Isto ocorreu no momento da formação dos estados nacionais e das identidades nacionais. Nessa ocasião se deu o resgate das tradições populares.
O Historiador Peter Burke estudou a História do interesse pela cultura popular entre os séculos XVII e XIX como resultante do desenvolvimento da industrialização e da modernidade que se consagrou na Europa. O contexto do Iluminismo e a descoberta  ou a invenção da cultura popular em oposição a cultura erudita, se deu por parte dos intelectuais alemães em fins do século XVIII no momento em que a cultura  tradicional tendia a desaparecer com o impacto da Revolução Industrial.
A cultura popular preocupa-se com a inter-relação de saberes diversos, preocupando-se com as permanências, ou seja, o que continua no interior do processo histórico na cultura das maiorias.
No Brasil, a cultura popular era muito forte entre os séculos XVII e XIX, principalmente em relação a produção cultural dos negros nas festas  oficiais e de rua e no dia a dia com uma tradição musical  bastante inventiva.
Muitos membros das elites relataram a cultura popular dos negros  no Brasil neste período. Este foi o caso de Francisco de Paula em
 “ Minhas Recordações” além de Jean Batist Debret como alguns exemplos. Os batuques, ranchos, folguedos, capoeiras, maracatus, cirandas e jongos eram relatos ou imagens constantes sobre este período.
A ciranda possui origem na tradição das maiorias. Quando os homens iam pescar, suas mulheres ficavam na beira da praia aguardando com seus filhos, os maridos voltarem. Da espera nasceu a ciranda. A rainha da ciranda é Lia de Itamaracá, de  Olinda, e até os dias de hoje  é uma arte cultivada em diversos lugares do Brasil e do mundo.
Difundida em todo o Brasil, é uma dança dos trabalhadores rurais. A ciranda é considerada uma dança da cooperação, da solidariedade, da igualdade, da socialização, do conhecimento e da inclusão. Quando uma roda de ciranda é criada, apenas o movimento coletivo é que faz esta roda girar. Podemos dizer que a ciranda representa a roda da Vida. O Planeta Terra gira em torno dos astros. A História dos Seres Humanos é feita do movimento em ciclos: ora rompe, ora continua. A Natureza que tanto dependemos, nos surpreende a cada dia com o grande ciclo de transformações: Interação e conflitos impostos pelos Seres Humanos com a Natureza gira. Tudo gira. E nesta grande roda da Vida, podemos conhecer um pouco de nossa História, dos nossos Valores, e da nossa Cultura.
A tradição popular nos dias de hoje, está relacionada aos anseios e desejos de toda a coletividade.
Diferente da cultura de massas, quando consumimos o que é feito por outros, e nos deixamos influenciar pelos programas do estilo “big brother”. Esta ideologia fabricada para as massas, possui objetivos bem definidos: convencer simbolicamente que podemos vigiar a intimidade alheia.São esses os Valores que precisamos renunciar ao des-ligarmos a TV. Para as elites devemos ter o papel de vigiar e punir  e sermos punidos em nossa intimidade. Um exemplo muito comum é quando não mais nos indignamos com  a repressão em lugares pobres, como a invasão das casas de pessoas humildes.
Trata-se de um produção técnica para atender os desejos das elites e para ser consumido. Produzida nos laboratórios e nas indústrias capitalistas para a alienação, despolitização e desumanização das maiorias, leva a violência na sala de aula, onde fazemos do lugar que nos pertence, uma praça de guerra.
 E então, quem somos nós quando nos olhamos no espelho? Identificamos-nos com a cultura das elites ou podemos construir nossa própria cultura?
Eis alguns valores presentes na ciranda: A cooperação:  é uma relação baseada na colaboração entre indivíduos ou  grupos para alcançar objetivos comuns. A cooperação opõe-se à competição. Somente por meio da união entre iguais, o ser humano remove obstáculos que se apresentam na vida. Ética: se refere  ao conhecimento que o ser humano adquire na sociedade e guia sua ação moral da vida. Moral: significa costumes  e regras que determinam a Vida. Indica normas e os valores  que orientam o ser humano para a convivência social. Cada coletividade comunga valores morais diferentes. O exemplo mais comum de coletividades com moral diferenciada  se refere aos valores das elites e os valores das maiorias excluídas do poder.